Viajando na Caravana da Superioridade

Ainda sobre aquela “Caravana de Intelectuais”, que falei no outro dia, lembrei-me do clássico efeito “melhor que a média”. Este efeito social, também conhecido como ilusão de superioridade ou viés de superioridade, é um fenómeno psicológico onde as pessoas tendem a avaliar a si mesmas como superiores à média em várias características, como habilidades, inteligência, ética, ou sucesso em comparação com outras pessoas. Isso ocorre, mesmo que matematicamente, nem todos possam ser “melhores que a média” numa característica específica.

Mas afinal o que isso do “efeito melhor que a média” e no que é que consiste?


O efeito melhor que a média é um viés cognitivo comum que leva as pessoas a valorizarem as suas próprias capacidades ou características relativamente à média dos outros. Isso é especialmente comum em áreas onde o feedback objetivo é limitado ou inexistente, como moralidade, ética, inteligência, habilidades sociais e dirigibilidade.


Por exemplo, quando perguntadas se dirigem melhor do que a média, uma maioria significativa das pessoas (mais de 80%) descreve-se como motoristas acima da média, algo que estatisticamente é impossível.


Outros exemplos onde o “Efeito Melhor que a Média” existe:

Inteligência e Desempenho Académico: Muitos estudantes tendem a avaliar o seu desempenho e inteligência acima da média dos seus colegas, mesmo quando os resultados objetivos dizem o contrário.

Ética e Moralidade: As pessoas tendem a considerar-se mais éticas ou morais do que outras, o que pode influenciar o modo como julgam as ações de terceiros, mas minimizam os próprios erros.


Mas afinal, se sabemos que isto existe, por que é que não combatemos a sua existência? 

Pois bem, efetivamente existem várias teorias que explicam por que é que as pessoas caem neste viés:

Falta de informação objetiva: Em muitas situações, não temos informações concretas para comparar as nossas capacidades com as de outras pessoas. Isso leva a avaliações erradas.

Preservação da autoestima: O ser humano tem uma tendência natural de querer se ver de maneira positiva. Avaliar-se como “abaixo da média” pode ser prejudicial à autoestima.

Dissonância cognitiva: Admitir que somos piores que a média em algo que valorizamos gera desconforto, então as pessoas ajustam as suas perceções para minimizar esse desconforto.


Quando passamos para a realidade, esse efeito pode ter consequências variadas, dependendo do contexto, como, por exemplo:

Trabalho: Funcionários que acreditam ser “melhores que a média” podem não se esforçar tanto para melhorar as suas habilidades, confiando numa autoavaliação exagerada.

Relações Interpessoais: Pode gerar tensões, pois as pessoas subestimam frequentemente os outros, acreditando serem mais capazes ou éticas.

Tolerância ao erro: Se alguém acredita que é melhor que a média, pode ser menos propenso a aceitar críticas ou a reconhecer os seus erros.


E então, será que podemos combater este efeito?

Claro que sim! Embora seja um viés natural, é possível reduzi-lo com algumas práticas:

Feedback objetivo: Buscar constantemente feedback objetivo e honesto sobre o seu desempenho pode ajudar a corrigir perceções erradas.

Comparação com padrões reais: Em vez de comparar-se com outras pessoas, que é subjetivo, pode ser mais eficaz comparar o seu desempenho com padrões concretos e metas mensuráveis.

Autoconsciência e humildade: Reconhecer que todos têm limitações pode ajudar a manter uma avaliação mais equilibrada de si.


E então? Aposto que tal como eu, em algum momento já sofreram deste efeito, certo? Partilhem comigo nos comentários ou no Instagram, a vossa experiência e o que fazem para o combater!

17 Comentários

  1. Un articolo di grande verità, e molto interessante, che ho apprezzato nella sua densa lettura.
    Buon fine settimana mia cara

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  2. É verdade, a gente sempre acha ser melhor do que realmente é...infelizmente. Por exemplo, eu me achava uma excelente motorista, na verdade fico na média, sou boa mas não excelente, tenho falhas que preciso melhorar, principalmente pra estacionar. Beijos!

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  3. Muy buenas tus reflexiones.
    Un abrazo.

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  4. Fantástica reflexão 👏
    Beijos e uma excelente semana.

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  5. Eu detesto pessoas que se estão sempre a gabar que são melhores que as outras no seu trabalho! E a desvalorizarem os seus colegas! Acho detestável!
    Boa semana!

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  6. Adorei! Me promoveu algumas reflexões!
    https://blogmariianaleal.blogspot.com/

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  7. Oh wow, how cool this reminds me of when I went Phoenix AZ. So different from NY or Seattle the places that I lived.

    Allie of
    www.allienyc.com

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